Foi anunciado oficialmente pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na segunda-feira, dia 21 de junho, que Tite é o novo técnico da seleção brasileira. O ex-treinador do Corinthians substitui assim Dunga no comando da Canarinho, depois de uma Copa América Centenário decepcionante, que terminou com a eliminação do Brasil na fase de grupos.
Aos 55 anos de idade, o gaúcho de Caxias do Sul chegou à sede da CBF, no Rio de Janeiro, e conversou com a imprensa no auditório da entidade. «As circunstâncias acontecem. Fiquei sentado numa poltrona em 2014 e não veio. Porque as coisas têm seu tempo. Veio agora, entendi que devia aceitar, por fazer parte da minha carreira ser técnico da seleção brasileira. Um objetivo pessoal e talvez o meu melhor momento profissional. Ganhando, mas perdendo muito. Coragem assumir agora.», disse Tite, ao ser convidado a comentar o convite que lhe foi endereçado para assumir o comando técnico da seleção brasileira.
Para já, Tite virá apenas com dois auxiliares. São eles Cleber Xavier e Matheus Bachi, seu filho, sendo que o restante da comissão técnica será definido com Edu Gaspar, que assumirá cargo no departamento de futebol da CBF.
Tite é o novo técnico da seleção brasileira, mas não comandará a equipe nas Olímpiadas do Rio de Janeiro. Essa função ficará ao cuidado de Rogério Micale, na busca pela inédita medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. «Era muito fácil o técnico alinhavar uma situação, prever estar na Olimpíada, e trazer louros. Se ganha, medalha de ouro. Senão, tem desculpa pronta de ter assumido em cima da hora. Isso eu não faço. A prioridade é a seleção brasileira e desenvolver trabalho em cima da classificação. Preciso ajustar, estar dentro dessa situação o mais rápido possível», explicou Tite.
Aliás, o novo técnico da seleção brasileira não escondeu qual o primeiro grande objetivo a ser atingido: «O foco é a classificação para o Mundial. Não estamos na zona de classificação. Acredito que trabalho vá dar condição, mas claro que corremos risco. Se não aceitar possibilidades vai fugir da realidade. Estou aqui porque o resultado não veio», afirmou Tite.
Tite herda assim o lugar de Dunga, que deixou o comando da seleção brasileira com aproveitamento de 75.6% no geral: 26 jogos, 18 vitórias, 5 empates e 3 derrotas. Em partidas a contar para competições oficiais, foram 14 embates, que terminaram com 6 triunfos, 5 igualdades e 3 desaires, o que perfaz um total de 54.7% de aproveitamento.
Com Tite no comando da seleção brasileira, é de prever um relacionamento bem menos tenso com a imprensa, se comparado com o acontecia na era Dunga. Para além disso, alguns dos jogadores vetados pelo ex-técnico, como eram os casos de Thiago Silva ou Marcelo, deverão retornar às convocatórias da Canarinho.
Títulos na carreira de Tite, o novo técnico da seleção brasileira
O primeiro título de Tite na sua carreira de treinador aconteceu em 1993, quando levou o Veranópolis a vencedor do campeonato Gaúcho da segunda divisão. Mais tarde, ganhou o Estadual pelo Caxias em 2000. No Grêmio, em 2001, venceu o Gauchão e a Copa do Brasil. Depois, no Internacional, ganhou a Copa Sul-Americana (2008), o Estadual (2009) e a Copa Suruga (2009).
Mas o grande trabalho de Tite como técnico foi, sem dúvida, no Corinthians. Em três passagens, conquistou os títulos mais importantes da história do clube paulista. Venceu 1 campeonato Paulista (2013), 2 campeonatos brasileiros (2011 e 2015), uma Copa Libertadores (2012) e um Mundial de Clubes da FFIFA (2012), para além da Recopa Sul-Americana (2013).
Cristóvão Borges é o novo técnico do Corinthians
Para cumprir a difícil missão de substituir Tite no comando técnico do Corinthians, a comissão directiva do clube paulista escolheu Cristóvão Borges. O treinador de 57 anos estava sem time desde o passado mês de março, altura em dirigiu o Atlético-PR.
Cristóvão Borges é o novo técnico do Corinthians, mas antes teve passagens por clubes como Vasco da Gama, Bahia, Fluminense e Flamengo, isto para além de ser ex-auxiliar de Ricardo Gomes. Como jogador, Cristóvão jogou no Corinthians entre 1986 e 1987, fez 58 jogos e marcou 13 gols.
A direção corinthiana procurava um técnico que desse continuidade ao trabalho realizado por Tite e Cristovão Borges encaixava nesse perfil. O contrato do novo treinador vai até o fim de 2017, mesmo período do mandato de Roberto de Andrade.