Têm sido umas seguidas das outras. Más notícias atrás de más notícias, em um curto espaço de tempo, têm abalado e de que forma a seleção argentina de futebol, que vive dias muito difíceis. A fase negra começou no dia 26 de junho de 2016, quando a Argentina perdeu a final da Copa América Centenário 2016 para o Chile, nos pênaltis (4-2), com Lionel Messi a falhar uma das grandes penalidades.
Messi que, poucos momentos após terminar a partida frente ao Chile, confessava que estava farto de não conseguir ganhar títulos com a camisa de seu país e que iria abandonar a seleção argentina. Uma autêntica bomba para nossos “hermanos” e para o futebol Mundial no geral, pois Lionel Messi tem ainda 29 anos de idade e muito para dar à seleção do seu país e a todos os amantes da modalidade.
De lá para cá têm surgido inúmeros pedidos, vindos de todos os cantos do Mundo, para que Lionel Messi possa reconsiderar sua decisão, mas a verdade é que o astro argentino ainda não voltou atrás em sua palavra.
Recorde em vídeo o último título ganho pela Argentina, na Copa América de 1993
É que para além da derrota nas finais da Copa América em 2007, 2015 (igualmente perdida nos pênaltis com o Chile) e 2016, Lionel Messi e a Argentina chegaram perto da glória na final da Copa do Mundo de 2014, mas também não conseguiram levar o troféu que a Alemanha conquistou na prorrogação.
Messi condenado por fraude fiscal
Para piorar o cenário, Messi foi punido com 21 meses de prisão, assim como seu pai. A decisão foi proferida pela justiça espanhola, no dia 6 de julho de 2016, por alegada fraude fiscal. Trata-se de um crime cometido entre os anos de 2007 e 2009. Os dois condenados terão fraudado o estado espanhol em 4,1 milhões de euros, através do uso de paraísos fiscais.
No entanto, é bom lembrar que a decisão ainda é passível de recurso e que Messi e seu pai ficam em liberdade. Nenhum deles tem antecedentes criminais e a condenação foi inferior a dois anos, pela que a pena fica suspensa.
Anteriormente, Messi havia referido que as alegadas irregularidades não tinham sido intencionais, uma vez que ele nem lia os contratos que assinava. Já antes de ser conhecida a decisão do tribunal, a família de Messi havia depositado um valor a rondar os 5 milhões de euros, para o pagamento dos impostos devidos. Agora, para além da pena já referida, ainda haverá lugar ao pagamento de uma multa de 3.689.941,48 euros.
Aguero pode seguir o mesmo caminho de Messi
Como se não bastasse toda esta sequência de más notícias para a seleção argentina de futebol, começam a surgir rumores de que outros jogadores poderão seguir o mesmo caminho de Lionel Messi.
Leonel Aguero, pai de Sergio Aguero, já veio a público dizer que seu filho não deverá retornar à seleção argentina se Messi não voltar atrás em sua palavra: «Se Messi não retornar, creio que Aguero também não voltará a jogar pela Argentina. Dará lugar a novos nomes», analisou em declarações à rádio Paladar Rojo.
Seleção argentina pode falhar Olímpiadas
Se acha que já chega de más notícias para a seleção argentina de futebol, então se prepare para mais. Recentemente, Gerardo Werthein, presidente do Comitê Olímpico Argentino, veio a público dizer que há 50% de hipóteses de a equipe alviceleste não estar presente nas Olimpíadas do Rio de Janeiro: «Há 50% de que a seleção argentina não apresente equipe nos Jogos Olímpicos», afirmou em declarações à rádio Mitre.
Segundo noticiou recentemente a imprensa esportiva argentina, o treinador Gerardo Martino apresentou inicialmente uma lista de 57 atletas, reduzindo posteriormente para 35 jogadores. Acontece que desses 35 nomes, 18 já estão colocados de parte, por seus times terem vetado a liberação, algo que cabe a cada clube decidir. Ora, se só estiverem 17 jogadores disponíveis, a Argentina não poderá inscrever a equipe nas Olimpíadas, pois não tem o número mínimo de inscrições permitidas.
Gerardo Werthein deixou ainda fortes críticas à Federação Argentina de Futebol (AFA): «A AFA não coloca pilha, não toma decisões, é uma AFA muda. A Argentina definitivamente terá uma equipe, algo que não aconteceria se tudo ficasse nas mãos da AFA. O futebol é uma representação muito importante para o país e que hoje não se possa formar um elenco para competir no Rio é uma vergonha», concluiu o dirigente.
Diga-se que ao contrário do que aconteceu por exemplo com o Brasil, a seleção argentina ainda não divulgou publicamente qualquer dos jogadores convocados.
Tata Martino deixa seleção argentina
Quem certamente não estará em representação da seleção argentina nas Olímpiadas é o técnico Tata Martino, que renunciou ao cargo de seleccionador. Isto depois de a AFA ter chegado a confirmar sua permanência no cargo, inclusive no comando da equipe sub-23 nas Olimpíadas do Rio de Janeiro.
Tata Martino não terá aguentado a enorme indefinição que se vive na Federação Argentina de Futebol, considerando não haver mais condição de dar sequência ao seu trabalho. Para além disso, nos bastidores corriam rumores da existência de muitos outros problemas, igualmente graves. Segundo consta, a comissão técnica não recebia seu salário há cerca de nove meses.
Conforme também já foi referido nestas linhas acima, toda a crise que se instalou em torno da seleção argentina não ajudou à continuidade de Tata Martino. A aposentadoria precoce de Messi, bem como a ameaça de outros jogadores (fala-se de Aguero, Mascherano, Banega, Biglia, Lavezzi e Di María) em seguir o mesmo caminho, terão contribuído igualmente para esta decisão.
Federação argentina também atravessa crise profunda
Outro escândalo tem abalado profundamente o futebol argentino, devido a uma investigação sobre o desvio de recursos do programa do governo de apoio à modalidade no país. No centro da polémica, a Federação Argentina de Futebol viu o estado intervir no processo eleitoral para a presidência da entidade, que estava agendado para dia 30 de junho.
Seria essa a data definida para se encontrar o substituto de Luis Segura, que renunciou ao cargo de presidente dias antes do fim do mandato. O dirigente foi mesmo acusado pelas autoridades argentinas de crime de gestão fraudulenta dos recursos públicos, que a AFA recebia pela transmissão na TV estatal dos jogos do campeonato argentino.
Esta situação de enorme instabilidade obrigou a FIFA a colocar a entidade sob as ordens de um comité de regularização, cujo presidente interino era o dirigente Damián Dupiellet. No entanto, a justiça argentina não aceitou as mudanças impostas pela entidade que gere o futebol Mundial, alegando que a investigação ainda não estaria concluída.
Neste momento a AFA está a atravessar um enorme impasse, especialmente nos cargos do topo da pirâmide. Quem se reuniu com o treinador Tata Martino para tratar da saída da comissão técnica da seleção argentina, foi o vice-presidente Chiqui Tapia.
Perante tudo isto, não é só a seleção argentina que está a atravessar uma crise profunda, como também todo o futebol do país das pampas.