Após o título do Campeonato Brasileiro na última temporada, o Palmeiras iniciou 2017 com muitas expectativas. Apesar da perda do maior craque, o atacante Gabriel Jesus, o alviverde manteve a base da equipe e ainda ganhou bons reforços, como Guerra e Borja.
Dentro desta base mantida, existem dois pilares no meio-campo que foram essenciais para a conquista do Brasileirão: Moisés e Tchê Tchê. O primeiro aparece muito mais para o público, já que chega bastante ao ataque, dá passes decisivos e, além disso, tem um arremesso lateral brutal – uma das armas do Palmeiras de 2016.
O outro é Tchê Tchê, uma peça primordial já desde o ano passado e que promete ser ainda mais nesta temporada. Agora usando a camisa 8 do Verdão, o meia é quem faz a transição defesa-ataque, quem recebe a bola dos zagueiros e sempre aparece nos lugares corretos. Sua importância não é tão perceptível aos olhos do público, mas mesmo sendo “invisível” é fundamental para o conjunto.
Lesão de Tchê Tchê e as dificuldades de Eduardo Baptista
Na primeira partida do ano, o Palestra venceu o Botafogo-SP por 1 a 0, com gol de Tchê Tchê. Entretanto, o ex-atleta do Audax Osasco lesionou o ombro e desfalcou a equipe por sete partidas. Voltou a incorporar o elenco no clássico contra o São Paulo, no dia 11 de março.
Neste período sem o volante, Eduardo Baptista teve dificuldades para fazer o time jogar. Embora Felipe Melo tenha um excelente passe, sem Tchê Tchê a equipe perde na mobilidade. Faltava alguém que carregasse a bola entre os setores e que distribuísse o jogo, que organizasse a equipe.
Com o retorno do volante, o time voltou a ter aquele jogador que cumpre funções fundamentais dentro de campo. Até como um “maestro”, ele comanda as transições, carimbando toda avançada palmeirense – contra o São Paulo, por exemplo, foi o jogador que mais passou a bola com 36 passes, além de ter um aproveitamento absurdo de 93% de passes certos e ter feito um dos gols da vitória por 3 a 0.
Apesar de iniciar quase todos os ataques do Verdão, Tchê Tchê também é fundamental no comando da marcação. Aproveitando de sua velocidade, é ele quem comanda a marcação pressão já na linha de defesa adversária e costuma aparecer em todos os cantos do campo. Para deixar isso mais claro, separamos o mapa de calor da atuação do camisa 8 contra o tricolor paulista e contra o Jorge Wilstermann:
Fonte: Footsats
Sequência da “morte”, volta de Tchê Tchê e vitórias
Nos últimos onze dias, o Palmeiras teve uma série de jogos que foi apelidada de “sequência da morte”. Atlético Tucumán, São Paulo, Jorge Wilstermann e Santos – dois clássicos e dois jogos pela Conmebol Libertadores. Um time que era muito contestado antes desta sucessão de jogos difíceis, acabou passando ileso por tudo isso.
Foram três vitórias (São Paulo, Jorge Wilstermann e Santos) e apenas um empate, para o Tucumán, fora de casa, em uma partida em que a equipe ficou com um jogador a menos desde os 20 minutos de jogo.
Não por acaso, Tchê Tchê voltou no segundo confronto dessa série. Com o volante de volta, Eduardo Baptista conseguiu fazer sua equipe jogar. Durante o período sem camisa 8 – coincidindo também com a lesão de Moisés, que supriria um pouco a falta do camisa número 8 – nenhuma solução foi encontrada e o time sentiu muito sua falta.
Desde seu retorno ao time titular, o Palestra disputou três partidas e foram três vitórias, com cinco gols marcados e apenas um sofrido. Somando todos os jogos, Tchê Tchê deu 120 passes e errou apenas 10, com um aproveitamento de 91% de passes certos. Além disso, foi o atleta palmeirense que mais passou a bola em todos esses jogos.
Apesar de cumprir funções fundamentais e conseguir fazer sua equipe jogar, o volante palmeirense é um tipo de jogador de extrema raridade no futebol nacional. São poucos os atletas que conseguem ser fundamental tanto defensiva, quanto ofensivamente. Com Tchê Tchê em campo, o Palmeiras é um time muito mais organizado e, mesmo com um elenco recheado de boas peças, esse é um que não tem substituto à altura.