A semana foi triste. Foi dura. O sentimento da perda se alastrou pelo futebol mundial e ultrapassou as barreiras do esporte bretão, gerando comoção até em outras modalidades.
Assim como o futebol, a vida é uma caixinha de surpresas. A vida é irônica em seu máximo. Viajando para o maior jogo de sua história, a delegação da Chapecoense – o time mais carismático do Brasil – sofreu um acidente aéreo, que levou a vida de 71 pessoas, dentre eles atletas, membros da comissão técnica, diretoria do clube e profissionais da imprensa.
Um dos dias mais duros para quem ama o esporte, e principalmente para o brasileiro. Pessoas que, semana passada, faziam história na Arena Condá, tiveram suas histórias encerradas brevemente. O conto de fadas de Condá acabou ali, mas a Chape não pode parar. E Voltará ainda mais forte.
Homenagens pelo mundo:
A comoção foi tanta, que uma grande repercussão pela internet, com muitos atos de apoio à equipe catarinense e seus torcedores. Monumentos históricos como a Torre Eiffel e o Cristo Redentor se pintaram de verde. Estádios do mundo inteiro – Wembley, Allianz Arena, Maracanã, Mineirão – também “vestiram” as cores do índio Condá.
Abaixo, algumas fotos para ilustrar o que estamos dizendo:
Também foi possível acompanhar em Anfield, antes da partida entre Liverpool e Leeds, a torcida dos Reds entoando “You’ll Never Walk Alone” – canto que é marca da torcida. Fãs que já passaram por um desastre, em Hillsborough, quando 96 torcedores morreram esmagados. A música deu sequência a um minuto de silêncio absoluto, mostrando total respeito à Chape. Uma cena de arrepiar:
O GIGANTE Atlético Nacional
Atual campeão da Libertadores, o Atlético Nacional demonstrou sua grandiosidade não só dentro de campo, como fora dele. Os maiores da América no futebol, mostraram-se também com grande compaixão. Passaram de campeões à gigantes e viraram o novo time de todo brasileiro.
Tudo começou com o comunicado de que estavam abrindo mão do título da Copa Sul-Americana e que este seria da Chapecoense – assim como a vaga na próxima Copa Libertadores.
No dia após o acidente, um ato ecumênico no estádio Atanasio Girardot, no horário em que seria realizado o jogo. E foi mesmo como se houvesse jogo. O público foi chegando, até que uma hora não cabia mais ninguém do lado de dentro. Foram improvisados telões do lado de fora, que abrigaram aqueles que não conseguiram adentrar à cada do Atlético Nacional.
A cena foi esta do vídeo abaixo: mais gente fora do que dentro do estádio.
Torino aceita amistoso
Em 1949, a equipe do Torino sofreu uma tragédia parecida à da Chape. Era a equipe mais forte da Itália e base da seleção nacional, que iria disputar a Copa do Mundo no Brasil, no ano seguinte. Também em um acidente aéreo, a torcida teve de se despedir de grande parte do plantel. Os grenás de Turim nunca mais conseguiram se reerguer e voltar a ser a potência que eram.
Pensando nisso, os jornalistas do Quattro Tratti, site brasileiro especializado em futebol italiano, sugeriram um amistoso entre Chapecoense e Torino. Levaram a ideia para a imprensa brasileira e italiana, que chegou até o presidente da equipe de Turim. Em responta, o dirigente aceitou dizendo: “Só nos diga o lugar“. Mais uma grande ação, dentre tantas.
Palmeiras e Vitória com uniformes da Chape
Outra bela atitude foi vista entre as diretorias de Palmeiras e Vitória. Primeiro, o clube paulista demonstrou interesse em atuar pela última rodada do Brasileirão, remarcada para o próximo dia 11. Já recebeu o “ok” da Adidas, patrocinadora dos materiais esportivos, e da Crefisa, patrocinadora master.
Do outro lado, o Vitória publicou, em suas redes sociais, que jogará com o segundo uniforme da Chape. O que falta agora é a CBF autorizar, para que tenhamos mais uma grande homenagem ao clube catarinense.